
Madeira Bioluminescente: A Inovação Luminosa que Surge dos Fungos
Usando o fungo Desarmillaria tabescens em blocos de madeira de balsa, cientistas da Empa (Suíça) desenvolveram um material vivo que emite luz verde-azulada por horas uma alternativa sustentável para iluminação, sinalização e design, sem consumir eletricidade.
Inspiração na Natureza
A bioluminescência já existe na natureza: o fenômeno conhecido como “foxfire” ocorre quando fungos de carvalho emitem luz ao decompor madeira caída. Inspirados por esse efeito, os cientistas recriaram e controlaram o processo em laboratório para fins práticos de iluminação.
O Que Eles Fizeram
- Material base: blocos de madeira leve de balsa.
- Inoculação: a madeira foi embebida em meio nutritivo, saturada com água até 700–1200 % de umidade e exposta ao fungo por 3–4 meses.
- Resultado: após absorver oxigênio, a madeira começou a brilhar com luz visível azul-esverdeada, forte o suficiente para ressaltar desenhos entalhados na superfície.
Como Funciona a Luz
A fonte luminosa é uma reação natural: o fungo decompõe a lignina da madeira e produz compostos como hispidina e luciferina. Em contato com oxigênio, a enzima luciferase oxida a luciferina, liberando luz. Quando o bloco seca, o brilho some, mas retorna se for reidratado, comprovando que é um sistema vivo e sustentável.
Um Material Vivo com Função
Essa madeira “viva” é ao mesmo tempo estrutura, fonte de energia (nutriente) e sistema de iluminação. Não requer fio, bateria ou químicos sintéticos. É biodegradável, não aquece e pode recuperar a luminosidade com um jato d’água, sem consumir eletricidade.
Aplicações Possíveis
- Iluminação decorativa em ambientes internos, como painéis e móveis.
- Sinalização noturna, como placas e caminhos em parques.
- Elementos arquitetônicos que brilham sem energia.
- Tecnologia funcional em ambientes escuros sem gerar poluição luminosa.
Por Que Isso é Importante?
A madeira bioluminescente representa uma revolução em design e sustentabilidade: ela reduz o consumo de energia, as emissões de CO₂ e o desperdício, além de ser um sinal claro de que materiais vivos podem substituir sistemas convencionais — com impacto positivo no meio ambiente.
Essa pesquisa suíça inaugura uma nova classe de materiais vivos que podem iluminar de forma sustentável. Ainda em fase experimental, a madeira bioluminescente já aponta caminho para futuros edifícios, móveis e objetos que brilham sem eletricidade, apenas com um toque da natureza.
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Sobre a autora:

Referências
- Zikeli et al., 2024 – Taming the Production of Bioluminescent Wood Using the White Rot Fungus Desarmillaria tabescens, Advanced Science.
- Empa, 2024 – EQ86-Leuchtholz Project Report, Swiss Federal Laboratories for Materials Science and Technology.
- Phys.org, 2024 – Using a parasite pest to create bioluminescent wood, reportagem científica baseada em pesquisa publicada por Zikeli et al.
- ResearchGate, 2024 – Pré-publicação: Bioluminescent Wood via Desarmillaria tabescens Colonization.