Imagem de destaque para Robôs que Crescem: como os Fungos estão redefinindo o Futuro da Tecnologia?

Robôs que Crescem: como os Fungos estão redefinindo o Futuro da Tecnologia?

Da natureza para os circuitos: o micélio de cogumelos inspira uma nova geração de robótica ecológica, inteligente e surpreendentemente viva.

Despertando o Poder dos Fungos na Robótica Biohíbrida

Imagine um robô que se move por um ambiente não com eletricidade tradicional ou baterias, mas impulsionado por sinais enviados por cogumelos. Esse conceito futurista já é uma realidade graças ao trabalho inovador da Universidade de Cornell. Pesquisadores desenvolveram robôs biohíbridos, combinando fungos e computadores para inaugurar uma nova geração de robótica sustentável e ecológica.

Dentro do campo da robótica biohíbrida — que une componentes biológicos a materiais sintéticos — os fungos vêm se destacando como protagonistas. Enquanto abordagens anteriores usavam células animais, o uso de fungos representa uma alternativa mais acessível e eticamente viável. Cultivados a partir do cogumelo Pleurotus eryngii, esses fungos oferecem uma resposta eficiente a estímulos ambientais, tornando-se aliados perfeitos para impulsionar movimentos robóticos.

O processo começa com o cultivo do micélio — a rede de filamentos que atua como sistema de comunicação dos fungos — sobre uma estrutura equipada com eletrodos. À medida que o micélio reage ao ambiente, ele emite impulsos elétricos semelhantes aos sinais dos neurônios. Com o auxílio de uma interface fungo-computador, esses impulsos são convertidos em comandos digitais que guiam os movimentos do robô. Inspirado nos processos cerebrais dos animais, esse método representa um salto notável na tecnologia robótica.

E como esses robôs controlados por fungos podem ser aplicados?

As possibilidades são amplas e animadoras. Na agricultura, eles podem transformar a forma como monitoramos plantações, detectando contaminações com precisão superior à de robôs tradicionais. E devido à resistência natural dos fungos a condições extremas, eles também podem atuar na detecção de radiação ou em áreas de risco elevado.

Os benefícios ecológicos da robótica biohíbrida são expressivos. Ao usar materiais vivos e presentes no próprio ambiente, esses robôs reduzem drasticamente o impacto ambiental, poluição e resíduos. Um robô feito com células vegetais, por exemplo, pode ajudar em projetos de reflorestamento, enquanto versões médicas derivadas de células humanas podem revolucionar o cuidado com a saúde.

Pensando no futuro, o potencial vai ainda mais longe — inclusive fora da Terra. Em regiões com poucos recursos ou em missões espaciais, a facilidade de cultivar micélio torna esses robôs ideais para exploração, monitoramento ambiental e tarefas de longa duração. Sua durabilidade e adaptabilidade são grandes vantagens em cenários extremos.

Em resumo, a fusão entre fungos e robótica representa um marco decisivo para as tecnologias sustentáveis. O futuro da robótica biohíbrida já começou, trazendo alternativas mais verdes, eficientes e alinhadas com os ritmos da natureza. Esses robôs impulsionados por fungos nos convidam a construir uma nova relação entre tecnologia e meio ambiente — mais harmônica, mais inteligente e mais viva.

Se você deseja mergulhar ainda mais nesse universo inovador e suas aplicações incríveis, conheça a nossa plataforma Academia Fungicultura, e juntos trilhar essa jornada.


Sobre a autora:

Cultivo de Cogumelos
Renata Paccioni | Fundadora da Academia Fungicultura, a primeira plataforma nacional de ensino em biotecnologia fúngica. A AgriShow a reconhece como especialista pioneira ao cultivar cogumelos em 30°C, desafiando padrões técnicos estabelecidos. A ANPC a nomeou Diretora Administrativa, coordenando iniciativas que moldaram o setor brasileiro. Renata formou mais de 500 profissionais através de suas metodologias próprias e é reconhecida como uma das principais autoridades em fungicultura do país. A FATEC e UMC a graduaram em Gestão do Agronegócio e Ambiental, a FGV lhe conferiu Pós-Graduação em Administração Executiva, e a Embrapa certificou sua especialização técnica em Fungicultura. Renata é pioneira na introdução de tecnologias de biomateriais com micélio no Brasil e produz conteúdo especializado há mais de 20 anos, aplicando IA e automação para potencializar negócios sustentáveis.

📚 Referências

  • Mishra et al., 2024. Sensorimotor control of robots mediated by electrophysiological measurements of fungal mycelia. Science Robotics